Nesta época do ano, por ser primavera, fala-se sempre mais de respiração oral, em parte porque os processos alérgicos se agravam.
Ser Respirador Oral , ou seja respirar pela boca, é uma adaptação patológica, muitas vezes inconsciente, que resulta da dificuldade em respirar pelo nariz. Por norma, é uma compensação!
A obstrução nasal e decorrente respiração oral pode ter várias causas, de entre as quais:
- hipertrofia das amígdalas ou das adenóides (quando são grandes deixam menos espaço para o ar passar e a criança respirar);
- rinites
- sinusites
- inflamações
- infecções respiratórias crónicas
- malformações
- desvio de septo
- presença de corpos estranhos
Independentemente da causa, esteja atento a algumas características típicas e que poderá identificar facilmente como sintomas de Respiração oral, ainda que algumas delas poderão já ser tidas como consequências:
- boca aberta durante o dia ou lábios entreabertos com a língua "no meio" dos dentes
- ronco
- sono agitado
- dificuldade em respirar durante o sono
- olheiras
- baba durante o sono
- sonolência diurna, com agitação (por vezes agressividade) ou apatia
- dificuldade em concentrar-se nas actividades
- dor de cabeça de manhã
- falta de apetite e de prazer em comer (muitas vezes preferência por alimentos líquidos e pastosos)
- dificuldades em identificar odores
- cansaço
- infecções respiratórias frequentes.
Esteja atento e caso verifique alguns destes sintomas fale com o seu médico de família ou, se tiver oportunidade, procure um otorrinolaringologista para uma avaliação mais específica.
Tenha presente que as infecções frequentes nas vias respiratórias superiores podem levar à ocorrência de otites repetitivas, podendo diminuir a capacidade auditiva durante alguns períodos de tempo. Esta diminuição da capacidade auditiva poderá ter repercussões significativas no desenvolvimento da linguagem. no comportamento, na capacidade de atenção e aprendizagem, com prejuízo a nível escolar.
Tratar a respiração oral deve ser uma preocupação desde cedo, de modo a evitar ainda comprometimentos a nível do crescimento da face e alterações dentárias. Desde que tratada precocemente é possível evitar danos de natureza permanente e proporcionar à criança uma melhor qualidade de vida (e à família também, porque noites mal dormidas e dias agitados são difíceis para todos!).
Após a avaliação do médico há a necessidade de reequilibrar o tónus e a postura dos orgãos fonoarticulatórios, realizando exercícios específicos para tal, bem como adequar as funções que possam estar alteradas, ou seja, além da fala, a mastigação ou a deglutição. Nesta fase, procure um Terapeuta da Fala.
Se tem dúvidas... Informe-se! Não espere...
Imagens retiradas da internet
Fonte:
Aulas de "Respiração oral", leccionadas pelo Terapeuta Ricardo Santos, na Pós-Graduação de Motricidade Orofacial, Isave, 2009-2010.
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